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XinguCast discute papel transformador do Conselho de Responsáveis na comunidade escolar

Por: Miriam Gimenes

O Conselho de Responsáveis Xingu nasceu com um propósito claro: ser um espaço vivo de escuta, diálogo e construção conjunta. Criado e conduzido por representantes das famílias, o Conselho é um canal democrático que aproxima cada vez mais o colégio da comunidade escolar, promovendo reflexões, debates e encaminhamentos sobre temas que impactam diretamente o cotidiano, dentro e fora da sala de aula.
Na 20ª edição do XinguCast, Gabriel Zotelli, um dos idealizadores e representante do Conselho, e Viviane Passarini, diretora do Colégio Xingu, compartilham como surgiu a iniciativa, as demandas discutidas até aqui e a importância dessa ponte entre escola e famílias. Eles destacam os avanços conquistados e reforçam como a escuta ativa e a participação geram transformações reais no ambiente escolar.

Gabriel relembra que um dos principais motivadores para a criação do Conselho foi a necessidade de reconexão no pós-pandemia. Ele ressalta que a proposta nunca foi formar um grupo de cobrança, mas de apoio e construção conjunta. “Quando o Xingu se propõe como uma escola democrática, ele leva isso à prática. Foi justamente essa abertura que nos permitiu sugerir o Conselho. Ser um espaço democrático, ouvir pluralidades e lidar com conflitos dá trabalho. Nem sempre chegaremos a consenso, mas é a forma mais madura e responsável de tomar decisões em conjunto, sem cair no jogo de empurrar responsabilidades”, explica.

Entre os temas levantados pelo grupo estão a otimização do trânsito no sistema de entrada e saída, o acolhimento diante dos episódios de violência em escolas, o debate sobre uso de telas por crianças antes mesmo de haver legislação a respeito e um projeto de acessibilidade no colégio. “Na primeira reunião deste ano, por exemplo, discutimos a série Adolescência, super em pauta entre as famílias. É importante lembrar que não só quem faz parte do Conselho pode participar: as reuniões são abertas, e qualquer tema pode ser enviado para debate”, explica Gabriel. Cada turma tem, em geral, dois responsáveis no Conselho, eleitos no início do ano.

As reuniões, geralmente presenciais e realizadas uma vez por mês, contam também com a presença da direção do Colégio. “O Conselho entrelaça a relação escola-família de uma maneira muito inusitada. Vamos para além de uma relação capitalista onde a escola privada, onde as famílias consomem um produto e têm uma relação de serviço, pago e quero ser servido. A gente desconstrói essa lógica e todos nós nos beneficiamos muito, principalmente as crianças”, destaca Viviane, que lembra também do papel do Conselho Mirim, composto por estudantes eleitos pelos colegas, com voz ativa em várias decisões da escola.

Se no início as crianças traziam apenas pautas materiais, como a construção de um novo parque ou a compra de brinquedos, com o tempo aprenderam a avançar na reflexão, percebendo que a convivência também poderia ser aprimorada por meio de ações conjuntas, exercitando a escuta ativa e a tomada de decisões coletivas. 

E o que essas iniciativas representam para o Xingu? “Como gestora é o sonho da realização dessa escola democrática. É muito profundo isso,  diria até sagrado, à medida que esse discurso é colocado em prática. É pensar nessa coletividade, que uma escola não se faz só com uma pessoa, como o próprio Paulo Freire fala. O Conselho de Responsáveis, professores, alunos, são muitas vozes e mãos que vão construindo essa escola que eu diria que é uma rede de proteção e também com o propósito de fazer o mundo melhor”, resume a diretora, que cita Ailton Krenak para lembrar que “o sonho está no lugar central” e reforça que o objetivo do Xingu é oferecer uma educação libertadora.

Episódio completo disponível no Spotify e YouTube do Colégio Xingu!