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O Colégio Xingu celebra o Carnaval pela primeira vez

Texto: Miriam Gimenes


Maior manifestação da cultura popular brasileira, o Carnaval foi celebrado, pela primeira vez, no Colégio Xingu. Esta iniciativa surge em resposta a um pedido do Conselho de Responsáveis Xingu e algumas discussões no Comitê de Estudos sobre raça, gênero e sexualidade Xingu, com o objetivo de preservar os valores e significados desta grande festa na sociedade. Confetes, serpentinas, a criatividade das fantasias e a alegria das crianças e adolescentes foram os protagonistas da folia escolar. 

O evento não foi apenas uma celebração, mas também promoveu a diversidade, inclusão e o respeito às tradições culturais, o que o transformou em um momento de aprendizado e união para todos. “O carnaval é uma festa popular e democrática e o Colégio Xingu, no ano passado, teve a possibilidade de ouvir a reflexão do Conselho de Responsáveis, trazendo a importância desta festa para dentro do colégio como uma manifestação de alegria e cultura. Então, a gente vai ajustando a nossa caminhada a partir da escuta sensível da nossa comunidade”, explica a diretora do colégio, Viviane Passarini.

Ela enfatiza que a decisão de trabalhar esta temática foi para valorizar a nossa cultura popular como eixo central. “E levar também a possibilidade da criatividade e do livre-brincar, que é o espírito do carnaval, essa ludicidade, leveza, essa possibilidade que, infelizmente, temos visto cada vez menos na nossa sociedade”, completa. 

Um dos representantes do Conselho, que levou junto aos outros pais o pedido da celebração, foi Gabriel Zotelli. Segundo ele, o questionamento surgiu porque foram discutidas as comemorações feitas ou não durante o ano letivo. “Chegamos a dar até ideias auspiciosas, de que fosse feito um bloco na rua. Porque o Carnaval é um momento de ocupação, de festejar a alegria, a alegria enquanto resistência. Porque a gente sabe das mazelas do nosso país e é justamente por conhecê-las que precisamos resistir alegremente. Um país de pessoas tristes é mais fácil de manipular”, explica. 

Acrescenta que a folia traz toda essa importância da cultura perante a sociedade, resgata os festejos populares, a tradição de matrizes africanas, de indígenas também. “É um momento de fusão de nossas melhores características. E cada um celebra à sua maneira, não há uma regra, a gente não precisa colocar valores morais em cima do carnaval.” E os diversos personagens que puderam ser vistos na entrada e saída da aula - marinheiros, princesas, jogadores de futebol e inúmeros outros ‘personas’ - entenderam o recado e comemoraram, em grande estilo, a primeira edição do carnaval no Xingu. 

 

HISTÓRIA

O Carnaval, uma das festas mais emblemáticas do Brasil, tem raízes profundas em uma mistura de culturas e tradições que remontam aos tempos coloniais. Originado de festividades europeias, africanas e indígenas, a versão brasileira evoluiu ao longo dos séculos para se tornar uma celebração única e vibrante, reconhecida mundialmente. Desde os primeiros entrudos (antiga celebração realizada três dias antes da Quaresma) até as elaboradas escolas de samba do Rio de Janeiro e os trios elétricos da Bahia, o Carnaval reflete a diversidade cultural e a criatividade do povo brasileiro. 

Além de ser uma época de alegria, música e dança, ele é uma oportunidade para comunidades expressarem sua identidade, costumes e crenças, ao mesmo tempo que atrai milhões de turistas de todo o mundo, impulsiona também a economia local e nacional. É, portanto, mais que uma festa: é um símbolo da riqueza do povo brasileiro, uma tradição que une gerações e mantém viva a essência vibrante da nação.