Texto: Miriam Gimenes
Com o objetivo de reforçar as práticas educacionais, além de integrar de forma acolhedora os novos professores da instituição, o Colégio Xingu promoveu, antes do início das aulas, a Semana de Planejamento. Durante esse período, temas já trabalhados foram retomados e outros incorporados, com o intuito de promover a uniformidade nas ações pedagógicas e institucionais. A ação, que ocorre semestralmente, reforça o compromisso da escola com a formação continuada da equipe ao longo do ano letivo.
Os temas abordados foram escolhidos com base em sua relevância e na necessidade de constante reflexão e atualização. Entre eles, destacam-se o letramento indígena, as práticas antirracistas e o acolhimento de alunos com altas habilidades. Esses tópicos já fazem parte da identidade do Colégio Xingu, mas exigem revisão e aprofundamento frequentes para garantir sua efetivação no dia a dia escolar. “Como recebemos vários colegas novos na equipe, foi importante que o planejamento estivesse voltado para revisitar as pautas e valores da escola, consolidando nossa identidade”, explica a Coordenadora de Língua Portuguesa, Mileny Beccaria Vasconcellos, uma das responsáveis pelo cronograma.
Também construíram a programação a Coordenadora Pedagógica, Alessandra Piccoli, a Coordenadoras do Infantil e 1º ano, Tatiane Dias, a Coordenadora do Fundamental I, Angélica dos Santos, e a do Fundamental 2, Jamily Silva de Sena. Entre os destaques foi realizado o letramento indígena com a cacica Jaqueline Haywã, professora, escritora e liderança do Povo Pataxó Hã Hã Hãe etnia Kariri Sapuya, de Ribeirão Pires. “Foi especialmente tocante por se tratar de um relato de história de vida. Daí a importância de retomar o tema, sempre buscando novas informações e experiências”, ressalta Alessandra. A cacica não só compartilhou a história do seu povo, mas também abordou questões atuais das causas indígenas e alertou sobre os riscos da estereotipagem dos povos originários.
Um dos novos professores do corpo docente, Renato Vinícius Ferreira, responsável pelas aulas de Ciências do Fundamental 2, diz ter sido muito bem acolhido pela equipe do Colégio Xingu e ressalta a importância das questões abordadas durante a semana formativa. “Das atividades, fiquei impactado de forma positiva com a palestra das lideranças indígenas, pois já mostraram o viés da escola em relação à diversidade. Esta semana foi uma experiência enriquecedora. A inserção destes temas no dia a dia escolar foi um dos motivos que me fez escolher iniciar minha jornada no Xingu. Trabalhava em um ambiente que, da mesma forma, exercia práticas semelhantes, com palestras, capacitações, etc. Me surpreendeu a importância dada a temas e pautas identitárias pela escola.”
Mileny, por sua vez, ministrou a palestra de Língua Portuguesa, em que destacou o papel fundamental da biblioteca de sala de aula, que oferece aos professores a oportunidade de enriquecer a formação leitora dos alunos. O que também fomenta a prática de leitura autônoma, que dedica 15 minutos diários de leitura silenciosa no início das aulas, agora expandida para os alunos do 1º e 9º ano. “Essa prática tem mostrado avanços significativos na concentração e engajamento dos alunos, especialmente na interpretação dos textos”, observa.
O planejamento, explica Mileny, mostra que a educação está mudando, que as necessidades dos estudantes acompanham isso também. “Precisamos pensar mais sobre diversidade e pautas afirmativas, e nos qualificar para atender às necessidades dos estudantes com deficiência e outras particularidades.” Alessandra complementa, destacando que o aprendizado contínuo é um pilar importante da escola: “Durante todo o ano, promovemos formações para as equipes de gestão e docência, supervisões semanais com a Coordenação e ações pontuais conforme as necessidades específicas de cada grupo de profissionais.”
Assim, o Colégio Xingu reforça seu compromisso com a excelência educacional, com a busca do desenvolvimento integral de seus alunos e a qualificação contínua de sua equipe pedagógica. “Me motiva muito estar em um local que acolhe as diferenças e promove o respeito à diversidade com tanta força. A educação precisa disso. A formação inicial foi apenas um pontapé, mas já foi de grande valia para entender como cada um possui suas particularidades e como tais devem ser trabalhadas ao melhor do aluno”, finaliza o professor Renato.