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Professores do Colégio Xingu ganham novo olhar para o socioemocional após palestra da Carlotas

Por Miriam Gimenes

O que é perfeito para você? Foi com essa pergunta que a artista plástica Carla Douglass, idealizadora da Carlotas, empresa com propósito social que utiliza a arte e o lúdico para passar para as crianças noções de empatia, respeito e diversidade, iniciou este projeto, há oito anos. E parte do que constatou desde então foi transmitido para os professores do Colégio Xingu, que durante duas horas fizeram dinâmicas e receberam ideias de como desenvolver as relações humanas – provocando um olhar para o indivíduo, para o outro e para o mundo – e assim criar um ambiente em sala de aula mais harmonioso, criativo e colaborativo.

A responsável em apresentar o ‘mundo Carlotas’ aos profissionais da escola foi Gabriela Treteski. Ela explicou que empresa dialoga com as novas gerações por meio do projeto ExploreCarlotas, que usa atividades em sala de aula – desenhos, vídeos, encenações, jogos e textos – para desconstruir o conceito do perfeito, imposto para as crianças bem cedo. É apresentado a elas, portanto, diversos pontos de vista, gerando assim a ideia da empatia, a quebra de tabus e consciência da importância de respeitar o que é diferente.

Outro ponto importante, acrescenta Gabriela, é o exercício de reconhecimento e compreensão das emoções, o que facilita os pequenos a lidarem com elas. “Hoje em dia conhecimento cognitivo não está mais alcançando os desafios da sociedade. Só treinar e desenvolver a criança por este viés não dá conta para o que ela vai enfrentar, tanto no mercado de trabalho, quanto na família. Agora, as escolas estão abrindo mais este olhar para a necessidade do desenvolvimento das habilidades socioemocionais. Fala-se mais sobre emoções, relacionamento, empatia, diversidade, tomada de decisão, etc.” Assim, além de preparar as crianças não só para os desafios, também as ajudará a entender suas potências enquanto ser humano e a ficarem seguras para lidarem com os desafios em sala de aula e os pessoais.

A melhor maneira dos educadores ajudarem nisso é fazendo o uso do lúdico e da arte, premissas básicas para as Carlotas. “A gente sabe que hoje em dia só sentar para conversar, instruir a criança, não é o suficiente. Eles acessam o mundo de uma maneira muito diferente que o adulto. É através do lúdico que a gente acessa campos emocionais e o inconsciente para transformar determinando comportamento em uma visão de mundo”, explica Gabriela. Quando se faz necessário mostrar a uma criança que suas atitudes não são corretas, é comum ela criar resistência. “Nós costumamos dizer que a arte vem pelas beiradas e atinge profundamente, porque por meio dela todo mundo faz igual, todos somos capazes de criar, ela é muito democrática e ajuda a desenvolver temas difíceis.”

É por meio do olhar, criativo e físico, que se faz a desconstrução do perfeito, já mencionado. “É importante as crianças entenderem que estão condicionadas a este olhar que elas carregam, porque elas nem percebem isso. Mostramos a eles um universo de pessoas diferentes, figuradas pelos nossos personagens e explicamos que não existe esse quadradinho, que para pertencer ou para ser bonito a gente tem de cumprir as exigências. Tudo depende do olhar”, ressalta Gabriela. Planta-se, assim, uma mudança que deve ser ‘regada’ ao longo do ano. “Quando a gente fala em plantar a sementinha, é abrir esse espacinho no coração das crianças para aceitar o outro e entender que elas fazem parte de um coletivo, que é um bem maior”, finaliza. Até hoje, o Carlotas já formou 3,2 mil educadores e plantou a semente em 3,8 mil alunos.

NO SITE

Se você quiser conhecer mais sobre este projeto, que destina parte do dinheiro arrecadado em workshops para formar gratuitamente alunos de escolas públicas, basta acessar o site www.carlotas.org. Lá, além saber detalhes da iniciativa, missão e outras particularidades, também tem inúmeros contos – que pregam os valores do Carlotas por meio de seus personagens – que você pode usar para repassar ao seu filho.