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Mês da Mulher - Especial "Mulheres do Xingu": Elisângela

Texto: Miriam Gimenes

“O Colégio Xingu é minha segunda casa”

São 16 anos - completos no dia de hoje - que a assistente administrativa Elisângela Aparecida Preti, 42 anos, segue, quase que diariamente, para o mesmo endereço: o Colégio Xingu. “O Xingu, para mim, é uma segunda casa. Viviane (diretora) é uma segunda mãe. Perdi meu pai e minha mãe em um tempo muito curto, e ela sempre me acolheu muito, assim como todos aqui do colégio. Até meu filho, quando estava vindo para escola normalmente antes da pandemia, precisava lembrá-lo de que não estava em casa. Mas aqui é uma extensão dela, não tem jeito”, analisa Elis, como é chamada por todos do ambiente escolar. O seu filho, hoje com 11 anos e aluno do 7º ano, entrou para o grupo de alunos logo aos 3 anos de idade.
Elis nasceu e cresceu em Santo André, sempre na mesma casa. Só mudou-se quando casou, em 2007, ano em que já fazia parte da equipe do colégio. “Fui uma criança muito livre, na minha época a gente brincava na rua, pulava corda, jogava taco, vôlei, era muito diferente do que é hoje, era muito bom. Tenho amizades que guardo até hoje desde esse tempo”, lembra. É dessa época que ela lembra que notava que a maioria das pessoas que estavam no mercado de trabalho eram homens. “Hoje em dia acho que mudou bastante isso. Quando comecei a trabalhar (já foi recepcionista de uma empresa de joias e também escriturária na UniABC) sempre notei que tinham mais mulheres do que homens indo trabalhar no ônibus. Hoje nos sentimos mais valorizadas, somos geralmente maioria no ambiente de trabalho, conseguimos mostrar nosso valor e conquistar nosso espaço”, acredita.
No Colégio Xingu, Elis fez curso de departamento pessoal e se especializou na área, onde diz ter ‘se encontrado’. “Cuido da admissão, demissão, folha de pagamentos, trabalho em parceria com o financeiro e também na secretaria, no atendimento aos pais. Mas o departamento pessoal é minha maior responsabilidade. Os professores vêm até me pedir ajuda para calcularem seus salários, é muito engraçado”. O ambiente de trabalho, para ela, é sempre muito bacana e respeitoso, o que a faz se sentir bem enquanto profissional.
E é assim que Elis quer seguir. Trabalhando onde gosta, com o seu filho por perto o que, segundo ela, é um privilégio. “Também sonho que meu filho siga com seus estudos e seja uma pessoa que respeite todas as raças, etnias e gêneros. Que ele possa ser bem formado, educado e eu consiga ajudar a proporcionar tudo isso para ele.” Mãe é mãe.