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Mês da Mulher - Especial "Mulheres do Xingu": Debora

Texto: Miriam Gimenes

“Ver o sorriso nos olhos de uma criança não tem preço”

Há um ano e meio, a estagiária Debora Oliveira, 20 anos, estreou em uma sala de aula do Colégio Xingu, como assistente da professora. Durante o período, desfrutou de diversos sentimentos, mas nenhum se compara ao vivido este ano, quando os alunos que ajuda a cuidar voltaram à sala de aula após a longa pausa provocada pela pandemia do coronavírus."Isso me marcou muito: uma aluna, no primeiro dia que a gente estava junto de novo, me falou: ‘professora, como é bom estar na escola, com meus amigos, poder voltar tudo’. No olhar dela dava para ver como estava feliz de estar ali, matando a saudade, depois de muito tempo em casa. Ver o sorriso nos olhos de uma criança não tem preço”, lembra Debora.
Foi esse encantamento em proporcionar o auxílio não só no quesito educacional, como também no dia a dia que fez a jovem Debora, que nasceu em Santo André, mas agora mora em Mauá, a escolher a profissão. Estudante do último ano de Pedagogia, na UniNove, ela entrou para o time do colégio após uma amiga anunciar oportunidade de estágio e está muito feliz com o rumo que sua profissão tem tomado. Segundo ela, ter tido que dar uma pausa durante grande parte do ano passado por causa da pandemia foi custoso, mas necessário. "Voltar agora tem sido muito bom, poder estar perto das crianças, mesmo que com todos os cuidados necessários, ouvi-las dizer que estavam com saudades, poder ajudá-las de novo, é uma sensação maravilhosa.”
A ideia é ajudar os pequenos em fase de alfabetização, ainda no primeiro ano, atividade que a encanta. Para Debora, enquanto em diversas outras profissões a mulher sempre está a um passo atrás, no que diz respeito a salário e reconhecimento, na de professora é maioria. “Por mais que tenhamos avançado muito, as mulheres têm conquistado bastante coisa, ainda assim existe preconceito. Mas na minha profissão não existe muito isso, somos bem presentes, temos esse reconhecimento, diferente de outras situações no mercado de trabalho, infelizmente.”
A assistente, que estudou em escola pública de Mauá, disse que sempre contou com o incentivo dos pais, que notaram bem cedo o seu talento em lecionar. “Eles sempre me apoiaram muito.”. E não esconde que concretizar isso é seu maior sonho. "Quero poder me tornar professora um dia. Gosto bastante e não me arrependo nenhum minuto de ter escolhido isso para minha vida.” Que assim seja.