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Ler é um direito: Como garanti-lo?

Texto: Miriam Gimenes

“Encaro a leitura como uma responsabilidade social. Acho que é responsabilidade dos governos, não só deles, mas de todo mundo. O cidadão tem seus direitos e deveres. Uma das formas de contribuir na conscientização é pensar no seu voto, se quem está votando são pessoas que elegem a questão da leitura como um alicerce que precisa de investimento. As políticas públicas têm de voltar os olhos com maior cuidado para isso.” - Malu Carvalho - assessora e curadora de literatura para a infância, ao XinguCast.

“Treinar leitores é a melhor forma de transformar a sociedade.” É com esta frase que a assessora e curadora de literatura infantil, Malu Carvalho, apresenta a sua página no Instagram, Mergulho Literário, onde já conta com mais de 12 mil seguidores. A rede social, usada para divulgar seu trabalho e também para falar sobre a importância do incentivo à leitura desde cedo, é a voz que encontra para alcançar o maior número de pessoas possível e também lutar pelas causas as quais acredita.

Para falarmos sobre democratização da literatura e a importância do incentivo desde cedo, premissas do Colégio Xingu, convidamos a especialista para a segunda edição do XinguCast. Na conversa, ela explica como faz a curadoria em sua página na internet, da importância de formar um público-leitor - com critério na escolha das publicações, tanto em casa quanto na escola -, qual o papel do poder público na difusão da leitura entre a população e como o mercado livreiro pode ser mais plural.

“A produção de conteúdo é uma preocupação minha. Penso que quem opta por mergulhar ali comigo (em sua página), por mais que vise o prazer em um primeiro momento, começa a entender que ali tem muito mais que uma dica de cultura. Tem posicionamento de vida meu, do que acredito em relação à leitura e quanto acredito que pode ser transformadora na sociedade. E, para isso, não tem muito caminho a não ser trabalho.” As postagens, acrescenta, estudo, comprometimento, e responsabilidade com o que ali é indicado.

Malu disse ainda que existem diferentes formas de ler - e nenhuma está errada, ressalta. “Estamos falando de uma leitura que insere o sujeito em práticas sociais e faz com que ele possa circular em todas as práticas que acontecem no mundo. Então é uma leitura de mundo. Temos, hoje, as práticas de ler para barriga, desde a criança estar no ventre materno. Mas conheço gente que tem uma ótima experiência leitora e começou a se deparar com isso na vida adulta. E tudo bem também. O importante é a gente pensar que nunca é tarde.” Mas serão, ressalta, leitores com experiências diferentes.

É importante, diz a curadora, ter o espaço para troca de experiências literárias e também pluralidade nos títulos, tanto em casa, quanto na escola. “Encaro a leitura como uma responsabilidade social. Acho que é responsabilidade dos governos, não só deles, mas de todo mundo. O cidadão tem seus direitos e deveres. Uma das formas de contribuir na conscientização é pensar no seu voto, se quem está votando são pessoas que elegem a questão da leitura como um alicerce que precisa de investimento. As políticas públicas têm de voltar os olhos com maior cuidado para isso.” O incentivo, finaliza, potencializa a formação do leitor.

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