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Colégio Xingu promove ação sobre nutrição em parceria com a UNESCO

Por Miriam Gimenes

Não é de hoje que se discute a importância da alimentação saudável para crianças e adolescentes. Tanto que em 2017, a Unesco e a Organização das Nações unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), anunciaram parceria para promover a educação em prol da nutrição, com iniciativas na América Latina e Caribe para implementar a alimentação escolar com foco na opção por comidas nutritivas.

De modo a ajudar os alunos a ter uma vida mais salubre, o Colégio Xingu implementa, desde o início do ano, o projeto Ação sobre Nutrição na Escola Ampliada, em parceria com a Unesco. Isso porque os dados são preocupantes: segundo relatório da FAO,  5,9 milhões de crianças da América Latina e Caribe ainda são afetadas pela desnutrição e a obesidade se tornou um grave problema de saúde na área, já 7% das crianças com menos de 5 anos sofrem de excesso de peso.

Com professores capacitados para educar as crianças sobre a temática, é realizado um trabalho em sala no qual se faz uma reflexão sobre desnutrição, obesidade, desperdício de alimentos e consumo consciente. “Por meio de atividades lúdicas e notícias atuais, de acordo com cada faixa etária, os alunos aprenderam sobre os nutrientes e a importância de uma alimentação equilibrada. Eles são capazes também de desenvolver uma série de competências que os tornarão cidadãos mais ativos, atentos e capazes de intervir em um mundo mais solidário”, explica a professora da ampliada, Maura Letícia de Brito.

Entre as atividades, que também envolvem a família, toda semana é solicitado que uma turma junte resíduos orgânicos em casa, envie ao colégio e separe-os. Depois vão para compostagem. Já na semana passada, acrescenta Maura, uma das ações foi a composição de uma horta sustentável. “Depois realizamos algumas atividades que têm como tema a melhor forma de montar uma lancheira saudável e o que pode ser feito para substituir os alimentos por algo mais nutritivo”.

Essas aulas a que se refere Maura, tiveram a participação da nutricionista Michele Hernandes Castellano, a já conhecida ‘prô nutri’ dos pequenos. “Dei uma palestra sobre alimentação saudável, na verdade especificamente sobre lancheira, e depois fizemos uma atividade de culinária para eles montarem um lanchinho saudável e aprenderem a fazer água aromatizada. É importante que eles saibam que a lancheira não precisa de refrigerante, salgadinho ou qualquer outra coisa que não faça muito bem. Dá para montar de forma saudável, sem industrializados”, explica Michelle, que já dá aula de nutrição para a os alunos de Educação Infantil e 1º ano.

Para ela, é importante mostrar desde cedo não só a escolha dos alimentos, como também o armazenamento deles. “A marmita, por exemplo, deve ser preferencialmente acondicionada em geladeira e pelo menor tempo possível para manutenção e conservação dos alimentos e propriedades nutricionais. Porém, o que garante a real qualidade é o consumo logo após o preparo, evitando assim que bactérias se proliferem em algum alimento, contaminando todo o conteúdo do prato”, explica Michelle. A flora intestinal infantil, alerta, é muito mais suscetível a inflamações e infecções do que a de um adulto. “Portanto, recomenda-se muita cautela com a marmita caso seu consumo seja inevitável, mas o aconselhável é o consumo de alimentos recém-preparados.”

A educação alimentar, feita desde cedo, dá muito resultado. Por isso, a nutricionista apresenta os alimentos de forma lúdica - sempre com contação de histórias, principalmente pela sua ‘TV Saudável’ - e oferece alguns dos itens mostrados in natura para que os pequenos experimentem. “A aceitação é bem grande e percebo que assimilam bem. Tem alguns que falam: ‘Prô, agora comecei a comer beterraba, repolho.’ Quando mostro os alimentos, alguns dizem que não gostam, mas que nunca provaram.” E a ação já tem surtido efeito. “Tem bastante pai que vem conversar comigo dizendo que teve de mudar os hábitos alimentares em casa por causa das crianças. Porque elas aprendem o que é saudável na escola, e quando o pai faz alguma fritura ou compra um doce, elas dizem: ‘a nutri falou que não é legal, que ao invés de frito é preferível o cozido’. Vejo que dá muito resultado.” É de pequeno que se aprende!